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O que são as obras complementares?



Além das cinco obras básicas estudadas nas perguntas anteriores, Allan Kardec publicou mais cinco obras complementares: Revista Espírita (1858-1869), O Que é Espiritismo (1859), O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples (1862), Viagem Espírita (1862) e Obras Póstumas (1890). No Brasil, outras obras menos conhecidas também foram publicadas, como O Principiante Espírita (1993) e A Obsessão (1969).


Dentre todas as obras citadas, vamos conhecer mais detalhadamente: O Que é o Espiritismo, Obras Póstumas e Revista Espírita. O Que é o Espiritismo é a primeira das obras complementares. Trata de forma introdutória e bem didática sobre a Doutrina Espírita, sendo muito útil para o conhecimento da natureza do Espiritismo e a definição de seus pontos fundamentais. A obra é dividida em três capítulos. No primeiro, Kardec apresenta diálogos com um crítico, um cético e um padre, trazendo respostas àqueles que desconhecem os princípios básicos da Doutrina, bem como apropriadas refutações aos seus contraditores. No segundo, expõe partes da ciência prática e experimental, sendo um resumo de O Livro dos Médiuns. No terceiro, apresenta um resumo de O Livro dos Espíritos, com a solução, trazida pela Doutrina Espírita, de problemas de ordem psicológica, moral e filosófica.


Obras Póstumas foi a segunda das obras complementares, constituindo, ao lado das obras que formam o Pentateuco Kardequiano, valiosa contribuição ao esclarecimento de vários temas fundamentais do Espiritismo. Refere-se a uma compilação das observações e escritos de Allan Kardec, que ainda não haviam sido publicados, sendo lançada pelos dirigentes da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas em janeiro de 1890, vinte e um anos após a desencarnação de Kardec.


O livro ainda conta com uma excelente biografia do Codificador, publicada originalmente na Revue Spirite, seguida do discurso pronunciado por Camille Flammarion quando do seu sepultamento. É divido em duas partes. A primeira parte da obra foi destinada a um conjunto de artigos escritos por Allan Kardec em épocas diversas, cuja análise envolvia assuntos como o perispírito, transfigurações, sonambulismo, telepatia, e algumas análises acerca das manifestações dos Espíritos, como também temas sociais e filosóficos, oportunidade em que realizou estudos, dentre outros, sobre a natureza do Cristo. Neste ponto, considerando o dogmatismo religioso que acredita na tese da trindade universal, sendo Pai, Filho e Espírito Santo três pessoas numa só, o corpo de Cristo teria sido fluídico e não material, corpóreo. Kardec, procurando investigar as palavras ditas por Cristo, conclui serem Cristo e Deus de naturezas distintas.


Na segunda parte do livro existem várias transcrições de reuniões mediúnicas presenciadas por Kardec, versando essencialmente sobre o desenvolvimento das ideias espíritas, sua divulgação e sua influência nas sociedades europeias. Constam, ainda, muitas notas explicativas do codificador acerca do contexto em que as comunicações ocorreram, dando margem à ideia de que se tratava de uma nova obra que vinha sendo por ele compilada.



A leitura desta obra oportuniza-nos conhecer mais detalhadamente a ideia de Kardec quanto a variados temas de ordem filosófica, moral e religiosa, sua iniciação no Espiritismo, a revelação de sua missão, a identificação de seu Guia espiritual, a música celeste, a natureza do Cristo, a regeneração das artes pelo Espiritismo, as manifestações dos Espíritos, telegrafia do pensamento, entre outros.


A Revista Espírita, designada por Kardec como Jornal de Estudos Psicológicos, foi fundada em 1 de janeiro de 1858 e editada até 31 de março de 1869, em decorrência do falecimento do codificador, sendo composta por doze volumes referentes aos anos de 1858 a 1869.


É um manancial de informações para o estudante do Espiritismo, pois nela Kardec explicou, à luz da Doutrina Espírita, fatos que aconteciam na época, publicando mensagens, escrevendo artigos, refutando os detratores do Espiritismo etc. Nela Kardec desenvolvia o debate de ideias que seriam, após consolidadas, inseridas nas obras da Codificação, publicadas após O Livro dos Espíritos. Kardec, inclusive, em Obras Póstumas, assim se refere à Revista Espírita:

"A Revista foi, até agora, e não podia deixar de ser, uma obra pessoal, visto que fazia parte das nossas obras doutrinárias, constituindo os anais do Espiritismo. Por seu intermédio é que todos os princípios novos foram elaborados e entregues ao estudo. Era, pois, necessário que conservasse seu caráter individual, para que se estabelecesse a unidade."


Contém o relato das manifestações materiais ou inteligentes dos Espíritos, aparições, evocações, bem como todas as notícias relativas ao Espiritismo. Traz, entre vários outros temas, o ensino dos Espíritos sobre as coisas do mundo visível e do invisível, sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza do homem e o seu futuro, bem como a história do Espiritismo na Antiguidade, suas relações com o magnetismo e com o sonambulismo, a explicação das lendas e das crenças populares e da mitologia de todos os povos.

 
 

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