É um subproduto do fluido cósmico, existente em todos os seres vivos. O princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. É o agente que dá vida à matéria.
Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida. Nascem, crescem, reproduzem- se por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais para a execução dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados às necessidades que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão compreendidos os homens, os animais e as plantas. Já os seres inorgânicos são todos os que carecem de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar etc.
A lei da atração é a mesma para os corpos orgânicos e inorgânicos, mas a diferença é que nos primeiros está animalizada pela união com o princípio vital, sendo a vida um efeito produzido pela ação desse fluido sobre a matéria. Os Espíritos superiores nos dizem que:
Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que a absorvem e a assimilam[1].
[...] é um dos elementos necessários à constituição do universo, mas ele mesmo tem sua fonte na matéria universal modificada; é, para vós, um elemento como o oxigênio e o hidrogênio que, todavia, não são elementos primitivos, porque tudo isto parte de um mesmo princípio. [2]
O princípio vital é também chamado de fluido magnético ou fluido elétrico animalizado, sendo modificado segundo as espécies. Conquanto seja um subproduto do FCU, com esse não se confunde, são distintos. É o intermediário, o elo existente entre o espírito e a matéria, dá movimento aos corpos, distinguindo-os da matéria inerte, é a força motriz dos corpos orgânicos.
São três as principais condições onde o fluido vital terá ativa participação:
a) Animalização da Matéria: o fluido vital é a força motriz dos seres orgânicos, o elemento impulsiona os órgãos, dando movimento e atividade à matéria;
b) Mediunidade de Efeitos Físicos: o fluido vital é um dos constituintes do ectoplasma, material utilizado pelos Espíritos nas manifestações mediúnicas de efeitos físicos. Os médiuns aptos à produção de tais fenômenos libertam essas energias com mais facilidade;
c) Curas Espirituais: nos processos de cura espiritual quando se utiliza energia dos encarnados, o fluido vital é o principal elemento a ser doado para o enfermo. Quem o possui em melhor condição pode doá-lo àquele que necessita dele e fazer retornar à saúde uma criatura doente.
Na chamada “moratória espiritual”, quando o encarnado recebe permissão para continuar na Terra por mais alguns anos, estará recebe determinada carga de fluido vital, para renovar as suas reservas já combalidas.
Pode-se, portanto, admitir que os seres orgânicos ao se formarem assimilam o princípio vital, por ser necessário à destinação deles ou que esse princípio se desenvolve em cada indivíduo, por efeito mesmo da combinação dos elementos.
A atividade do princípio vital é alimentada durante a vida pela ação e funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor, pelo movimento de rotação de uma roda. Cessada aquela ação, por motivo da morte, o princípio vital extingue-se.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que os põe em comunicação entre si. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos, varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo quer nos indivíduos de uma espécie.
Alguns se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros possuem-no em quantidades apenas suficientes. Eis a razão pela qual alguns tem uma vida mais ativa, mais tenaz e, de certa forma, superabundante.
A quantidade de fluido vital esgota-se, podendo tornar-se insuficiente para a conservação da vida se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm. Com a morte dos seres orgânicos, a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos, o princípio vital volta à massa donde saiu, pois somente o produzimos quando estamos encarnados.
Kardec, em suas observações acerca do fluido vital, elucida:
Morto o ser orgânico, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal o princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam, para novamente o restituírem a essa fonte, quando deixarem de existir.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as funções momentaneamente perturbadas. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
Mais ou menos necessariamente, os órgãos reagem uns sobre os outros, resultando essa ação recíproca da harmonia do conjunto por eles formado. Destruída que seja, por uma causa qualquer, esta harmonia, o funcionamento deles cessa, como o movimento da máquina cujas peças principais se desarranjem. É o que se verifica, por exemplo, com um relógio gasto pelo uso, ou que sofreu um choque por acidente, no qual a força motriz fica impotente para pô-lo de novo a andar.
Num aparelho elétrico temos imagem mais exata da vida e da morte. Esse aparelho, como todos os corpos da Natureza, contém eletricidade em estado latente. Os fenômenos elétricos, porém, não se produzem senão quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial. Poder-se-ia então dizer que o aparelho está vivo. Vindo a cessar a causa da atividade, cessa o fenômeno: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos são, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido determina o fenômeno da vida. A cessação dessa atividade causa a morte.[3]
O Fluido Vital Físico é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-as de modo a comporem as formas em todos os reinos: o mineral, o vegetal, o animal e o hominal. Sem o fluido vital não haveria coesão molecular, pois é ele que congrega todas as células independentes e as interliga em íntima relação.
Assim como o cimento une os tijolos de um edifício, o fluido vital é a liga, o elo vital ou o elemento oculto que associa os átomos, as moléculas e as células. Ele se manifesta conforme a necessidade e a natureza vibratória de cada plano em que o espírito do homem atua e sua falta implicaria na desintegração e no desaparecimento instantâneo da vida.
O fluido vital transmite-se de um indivíduo para outro através da fluidoterapia, mais conhecida como passe magnético. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a quem o tenha de menos e, em certos casos, prolongar a vida prestes a extinguir-se. Este fluido, após metabolizado pelo organismo físico, transforma-se em um dos componentes da irradiação magnética.
Aspecto de fundamental importância a ser destacado é que bons sentimentos permitem grande produção de fluidos vitais e mantêm as telas dos chacras limpas, permitindo grande fluxo de fluidos vitais. Os maus sentimentos dificultam a produção de fluidos vitais e obstruem as telas dos chacras, dificultando o fluxo de fluidos vitais.
O princípio vital é como um combustível para o nosso corpo. Se vivermos corretamente, respeitando as Leis divinas e os limites do corpo a vida física seguirá seu curso normal. Se forçarmos os limites do nosso corpo físico aumentará o seu desgaste e, embora com bastante princípio vital, não terá condições de seguir a vida física. Se desrespeitarmos as Leis divinas poderá ocorrer um acidente onde o corpo, embora com bastante princípio vital, também não terá condições de seguir a vida física.
Quando desencarnamos com grande quantidade de princípio vital os laços que ligam o perispírito ao corpo físico permanecem muito firmes, ocorrendo demora para se desfazer os laços fluídicos, fazendo com que o espírito passe por um estado de perturbação mais acentuado do que se estivesse com pouco fluido vital.
[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Boa Nova Editora. 2004. Livro Primeiro. Cap. IV. Princípio Vital. Questão 63.
[2] Idem. Questão 64.
[3] Ibidem. Questão 70- comentários.